Marina prega a paz durante caminhada e aglomera multidão
Em sua primeira agenda pública após o atentado contra o
deputado federal Jair Bolsonaro
(PSL), a candidata Marina Silva, da
Rede, classificou o ataque ao candidato como inaceitável e pregou a paz. A
ex-senadora, no entanto, questionou uma das principais bandeiras de Bolsonaro,
a liberação do porte de armas. Segundo ela, o desfecho poderia ter sido pior,
caso o autor do atentado estivesse com um revólver.
– Eu fico pensando se, que Deus o livre, aquela pessoa
tivesse uma arma de fogo na mão, o que poderia ter acontecido? Temos que
acreditar que quem nos defende da violência, do crime, é o amor, o respeito
dentro do nosso coração, e não uma arma na mão – disse.
Segundo Marina, o atentado contra Bolsonaro é a
materialização da polarização que ela critica desde sua primeira tentativa de
chegar à Presidência, em 2010. A candidata lembrou que o ataque se insere em um
contexto em que estão o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e os tiros disparados contra os ônibus na
caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva.
Na manhã deste sábado, Marina caminhou pela Rua 25 de Março, centro do comércio
popular de São Paulo, e foi até o Mercado
Municipal. A candidata pediu aos policiais federais um "cuidado
maior" e que fosse feito um cordão de isolamento pelos agentes e
militantes pelo qual quem a quisesse cumprimentar tinham que passar. A
ambientalista não pediu, ainda, um reforço em sua segurança. Uma reunião ainda
deverá tratar dessa questão.
Para a candidata, é impossível prever o efeito do atentado
nas urnas. Segundo ela, o atual pleito é marcado pela imprevisibilidade e o
eleitor é que pode mudar de opinião no momento que quiser. Após a caminhada,
Marina disse que o que une os brasileiros é a paz.
Entre os auxiliares da campanha, a reação inicial ao
atentado foi a de que Bolsonaro seria beneficiado, em um primeiro momento, por
uma comoção popular. Os assessores, no entanto, não descartaram a possibilidade
de que, passado esse momento, o eleitor procurasse uma opção de caráter menos
beligerante e mais conciliador.
– É nesse momento que o bom senso tem que prevalecer: o mais
importante é unir o nosso país para gerar emprego, educação de qualidade,
saúde, proteção às famílias, aos jovens e as nossas crianças – disse Marina.
Candidata chegou de táxi, mas teve o caminho encurtado e foi
embora em um carro particular por motivos de segurança. Segundo organizadores da
campanha, Marina queria ter ficado mais tempo, mas o número de populares que a seguiam ultrapassou o esperado.