Britânica decide adotar menino que ela conheceu durante trabalho voluntário na Uganda

A professora Emilie
Larter, de 25 anos, criou uma campanha de arrecadação para conseguir pagar
pelo processo de adoção de Adam, um menino que ficou sob seus cuidados enquanto
ela fez um trabalho voluntário na Uganda.
Em agosto de 2014, a britânica viajou para a Uganda a fim de
atuar como voluntária de uma instituição que cuida de crianças carentes no
país. Um mês depois, ela estava fazendo os trabalhos de rotina, quando uma
pessoa ligou pedindo ajuda para um recém-nascido que precisava urgentemente de
cuidados.
"Quando chegamos, percebemos que havia um funeral
acontecendo. Uma mulher havia morrido e deixado sete crianças. A mais nova era
um menino, que tinha apenas cinco dias de vida", conta Emilie na página
criada para as doações. "A mãe dele morreu por conta de uma grave
hemorragia após o parto. Ele não havia nem recebido leite materno ou qualquer
alimento e ninguém tinha condições de cuidar dele. Ela deixou esse mundo antes
mesmo de dar um nome a ele", acrescenta.

O menino, então, foi levado pela instituição e Emilie passou
a cuidar dele. Envolvida com o menino, que ganhou o nome Adam, ela prolongou
sua estadia no país para conseguir ficar perto dele e ajudá-lo. "Eu havia
acabado de terminar a faculdade e tinha planejado muitas outras aventuras pelo
mundo. No entanto, a vida tinha um plano diferente para mim", considera a
professora.
Quando chegou o fim do tempo de voluntária, a professora
voltou para casa, mas manteve as viagens para visitar o pequeno. Assim, ela
acompanhou o crescimento do menino e tornou-se cada vez mais apegada a ele, o
que motivou uma decisão: adotar o garoto.
Como a lei exige que o adotante more na Uganda com a criança
por pelo menos um ano, Emilie arranjou um emprego no país, mudou-se, em agosto
de 2016, e iniciou o processo. "Ele não apenas me faz sorrir todos os
dias, mas eu tenho ouvido coisas boas sobre o progresso dele na escolinha.
Desde que eu voltei, ele está feliz, chora menos e cresceu bastante".

No entanto, em dezembro ela perdeu o emprego e, desde então,
tem tido dificuldades para concluir a adoção e se manter no país até conseguir
voltar para casa, no Reino Unido. "Eu já não tenho recursos para poder
pagar por essas coisas como eu tinha planejado", escreve. "Por isso
estou pedindo sua ajuda para levar Adam para casa, para garantir que não
seremos separados novamente".
Embora tenha sido criada em 30 de dezembro, às vésperas de
Emilie tornar-se legalmente responsável por Adam, a campanha só ganhou
repercussão recentemente. Em três meses foram arrecadados 16,7 mil libras (o
equivalente a R$ 65 mil) doados por 1,2 mil pessoas – mais que o suficiente
para ajudar a britânica, que havia pedido 4,5 mil libras (R$ 17 mil).
Nesta segunda-feira (10), Emilie comentou a repercussão em
sua página no Facebook: "Isso
tudo é completamente surreal para mim e sinto como se estivesse em uma bolha.
Como é possível 57 mil pessoas estarem 'falando sobre' minha história no Facebook?".
