Neto de Garrincha nega sumiço de corpo: 'Grande farsa'
Um neto do ex-jogador Garrincha
negou a informação dada por outros familiares de que os restos mortais do ídolo
do Botafogo e da seleção brasileira
estariam desaparecidos. Segundo Luiz
Marques, a notícia não passa de uma ''grande farsa'', criada por ''uma filha
que apareceu há pouco tempo''.
A notícia do sumiço do corpo de Garrincha foi divulgada pelo
diário Extra, que ouviu uma filha e
um primo do ex-jogador, na manhã de quarta-feira (31/05). A prefeitura de Magé,
cidade natal do bicampeão mundial (1958 e 1962), admitiu não saber ao certo
onde estavam os restos mortais de Garrincha, mas acredita que os ossos não
saíram do Cemitério Municipal de Raiz da
Serra, no distrito de Pau Grande, em Magé, onde o ex-atleta foi sepultado
em 1983.
O prefeito de Magé, Rafael
Tubarão (PPS) prometeu bancar a exumação e exame de DNA com o intuito de ''reencontrar'' os restos mortais de Garrincha. No entanto, segundo o neto do
ex-jogador, os ossos permanecem onde sempre estiveram. ''Isso não passa de uma
grande farsa, uma grande mentira'', afirmou Marques, de 31 anos. ''Essa notícia é
maldosa, de uma filha que apareceu há pouco tempo. Está nos trazendo um
transtorno muito grande''.
Responsável por um projeto social que leva futebol para
1.500 crianças na Vila Cruzeiro, no
Rio, Luiz disse que recebeu diversas mensagens de amigos preocupados com a
notícia. ''Fiquei sabendo disso pela imprensa, mas tenho certeza absoluta de que
os ossos do meu avô continuam no mesmo lugar de sempre''.
Lucas se refere a um túmulo simples no quase abandonado
cemitério Raiz, em Magé, que possui muitas sepulturas deterioradas e sacos de
lixo com ossadas depositadas em um mesmo local. O túmulo de Garrincha, ao menos
o original, é simples e todo branco. Tem o ano de seu falecimento grafado
erroneamente – 20 de janeiro de 1985, dois anos depois da data correta. Além
disso, outra lápide informa que naquele mesmo jazigo está enterrada uma criança
de dez anos, morta em 1955. Ela seria parente do ex-jogador.
Segundo Luiz, é lá que estão depositados os ossos de
Garrincha. ''Conversei com um coveiro que sempre morou ao lado do cemitério e
ele me disse ter certeza de que ninguém mexeu na sepultura. Sem contar que é
uma cidade pequena, todo mundo saberia''.
Um mausoléu dedicado ao craque do Botafogo e da seleção brasileira foi construído em 1985 no mesmo
cemitério por um ex-prefeito da cidade. A ideia, à época, era depositar ali os
ossos de Garrincha, mas a família do ex-jogador não permitiu. Assim, o local
ficou largado à própria sorte e também se encontra em estado de abandono.
Sobre a confusão em relação à suposta mudança de local dos
restos mortais do ex-jogador, Luiz afirmou que ela será discutida em uma
reunião com todos os familiares na próxima semana. ''Vamos decidir se aceitamos
ou não a exumação, mas por mim não será preciso. Sei onde está enterrado meu
avô'', declarou. A filha Rosângela Cunha
Santos, que concedeu entrevista ao Extra,
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