Coreia do Norte diz estar pronta para ir à guerra se Trump quiser
A Coreia do Norte está preparada para lançar ataques
preventivos caso os Estados Unidos demonstrem qualquer sinal de agressão, disse
nesta sexta-feira (14) o vice-chanceler do país, Han Song Ryol.
"Nós iremos para a guerra se eles escolherem",
disse Han em entrevista à agência de notícias Associated Press, acrescentando que o governo de Donald J. Trump nos Estados Unidos é
"mais perverso e mais agressivo" que os anteriores.
"Trump está sempre fazendo provocações com suas
palavras agressivas. Não é a República Popular Democrática da Coreia, mas os
Estados Unidos e Trump que causam problemas", afirmou o vice-chanceler,
usando o nome oficial da Coreia do Norte.

* Na imagem, o vice-chanceler da Coreia do Norte, Han Song Ryol, em entrevista à Associated Press
Também nesta sexta-feira, o Exército da Coreia do Norte
ameaçou "devastar impiedosamente" os Estados Unidos caso o país
realize algum ataque. "Nossa ação mais dura contra os Estados Unidos e
suas forças vassalas será tomada de forma tão impiedosa que os agressores não
sobreviverão".
A declaração do regime norte-coreano ocorre em meio a
tensões crescentes na região. Ao longo da última semana, os Estados Unidos
enviaram uma frota da Marinha para a península coreana e Trump afirmou que a
Coreia do Norte é "um problema que será resolvido". Além disso,
imagens de satélite revelaram que o país está preparado para conduzir um novo
teste nuclear.
Sobre a realização de testes nucleares, Han afirmou que
"isso ocorrerá em um momento e local que nosso quartel-general considerar
necessário". O vice-chanceler também disse que a Coreia do Norte
continuará desenvolvendo seu arsenal nuclear em "qualidade e
quantidade".
Desde 2006, a Coreia do Norte realizou cinco testes
nucleares – apenas no ano passado, foram dois testes, inclusive a explosão de
uma suposta bomba H, mais poderosa que a bomba atômica convencional.
Especialistas alertam que, pelo estágio de desenvolvimento do programa nuclear
norte-coreano, o país poderá conseguir uma bomba nuclear passível de uso em
combate em um futuro próximo.
Em nota, chancelaria da Coreia do Sul reagiu às declarações
de Han sobre a disposição de ir para a guerra com os Estados Unidos dizendo que
elas revelam "as verdadeiras cores do governo da Coreia do Norte, que é
belicoso e violador de regras".
O chanceler da China, Wang
Yi, pediu nesta sexta-feira o fim das provocações e ameaças na região.
"Caso uma guerra realmente ocorra, o resultado será de perda mútua.
Ninguém pode ser vencedor", disse.
A Rússia afirmou que prefere métodos diplomáticos para
resolver a crise na Coreia do Norte. "Pedimos que todos os países se
contenham e evitem quaisquer ações que possam equivaler a provocações",
declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry
Peskov.
A Coreia do Norte se prepara para as
celebrações, no sábado (15), do 105º aniversário de Kim Il-sung (1912 – 1994),
fundador do país e avô do ditador Kim
Jong-un. Para marcar a data em 2012, o regime norte-coreano realizou um
teste fracassado de lançamento de foguete de longo alcance com um satélite e,
no ano passado, testou um míssil de médio alcance recém-desenvolvido.
