Cuba suspende envio de médicos para o Brasil

O governo de Cuba suspendeu o envio para o Brasil de 710
profissionais treinados para trabalhar no Programa
Mais Médicos. O grupo deveria desembarcar no País ainda neste mês. A
decisão do governo cubano, comunicada ao Ministério da Saúde é reflexo do
descontentamento com a grande quantidade de médicos que se recusam a voltar
para Cuba, terminados os 3 anos de trabalho no programa. Há atualmente 88
profissionais que recorreram à Justiça para permanecer no Brasil e garantir o
direito de continuar no programa do governo federal.
O governo cubano argumenta que a permanência dos
profissionais no Brasil não estaria em conformidade com o acordo de cooperação
firmado. Diante desse impasse, o governo brasileiro deve enviar uma comitiva ao
país para discutir o assunto nas próximas semanas.
O maior receio do governo cubano é de que um novo grupo de
médicos resista em voltar para o país quando chamados de volta e que isso acabe
afetando também o comportamento de profissionais que já estão atuando em outros
países. Além do Brasil, Cuba tem outros acordos de cooperação, baseados no
envio de profissionais de saúde. Esse tipo de cooperação é também uma forma de
renda para ilha. No trato firmado entre Brasil e Cuba, parte dos salários dos
médicos é paga diretamente para o governo cubano.
O Ministério da Saúde já havia anunciado a intenção de
limitar o número de cubanos integrantes do Mais Médicos. A redução da
participação de profissionais estrangeiros, no entanto, deveria ser feita de
forma gradual, para não provocar vazios assistenciais, sobretudo em regiões
onde há grande dificuldade de se garantir a permanência de médicos brasileiros.
Justamente por isso, o governo se apressou em organizar uma
comitiva para discutir o assunto em Cuba e evitar que a participação de médicos
daquele país caia numa velocidade maior do que considerado ideal. Os
profissionais chegam ao Brasil por meio de um acordo firmado com a Organização Pan-Americana de Saúde e
governo cubano.