Homens arrancam turbante de mulher negra em festa de formatura
Além de pedagoga, a jovem Dandara Tonantzin Castro é também uma ferrenha ativista contra o
racismo. Ela é representante do Conselho
Nacional de Promoção da Igualdade Racial e diretora da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais (UEE-MG).

No último sábado (22), porém, ela passou por uma experiência
lamentável: sofreu ataques explícitos na festa de formatura do curso de
engenharia da UFU, a Universidade
Federal de Uberlândia. Em seu perfil do Facebook, ela conta que, além de arrancarem à força o turbante que
estava vestindo, também a xingaram e atiraram cerveja em seu corpo.
''Quase no fim da festa, já do lado de fora um cara branco
puxou meu turbante forte. Eu disse para ele soltar e saí. Quando passei por ele
novamente, sozinha, ele puxou pela segunda vez, e fiquei tão brava que gritei
para ele não tocar no meu turbante. Ele acenou para os amigos virem, quando
juntaram em uma rodinha um deles puxou o turbante da minha cabeça e jogou no
chão. Quando fui catar, incrédula do que estava acontecendo, jogaram cerveja em
mim'', conta. ''Saí desesperada para achar meus amigos. Sabia que se ficasse ali
poderia até ter mais agressões físicas''.
''Me mantive forte muito tempo'', admite Dandara, ''mas o
racismo é cruel. Minhas lágrimas estão molhando muito a tela do celular, só de
pensar que estes e tantos outros passaram impunes''.
De acordo com o BuzzFeed
Brasil, a pedagoga foi à polícia no domingo e registrou boletim de
ocorrência por ''agressão física motivada por preconceito racial''. Ela também
acionou advogados para processar os supostos agressores e deverá prestar queixa
também no Ministério Público Federal
(MPF).