Violência contra jornalistas tornou-se rotina no Brasil
Os casos de violência contra jornalistas no Brasil são
''rotineiros'' e mantém-se um cenário negativo para os profissionais de mídia,
segundo um relatório preliminar da Sociedade
Interamericana de Imprensa (SIP) divulgado no sábado (1º) na Guatemala.
Estes ataques, segundo o texto – que ainda vai ser aprovado
– são exercidos ''de múltiplas formas'' e provêm de diversos setores, embora as
suas manifestações mais habituais sejam abusos físicos, ameaças, insultos,
intimidações e vandalismo.

Uma sondagem da Associação Nacional de Jornalistas (ANJ) do Brasil mostra no período analisado (desde outubro de 2016 até fevereiro de 2017) 14 casos de agressões físicas, quatro de ameaças, dois de intimidação, três de vandalismo e cinco de crimes.
''A violência contra os jornalistas é levada a cabo em
grande parte pela polícia, que deturpa as suas funções e demonstra total falta
de preparação para cumprir as suas atividades durante a cobertura da
imprensa'', refere o relatório.
No entanto, também foram registados casos de violência
contra jornalistas por parte de milicianos e de traficantes, diz o relatório.
Tem persistido a impunidade dos crimes contra jornalistas no Brasil, pois as
autoridades não costumam ser capazes de investigar e denunciar estes crimes.
''A Justiça é lenta e também ineficaz'', afirma o relatório da SIP, uma
organização com sede em Miami, nos EUA, composta por mais de 1.300 publicações.