MBL desiste de pedir renúncia, e Vem Pra Rua adia protesto
O MBL (Movimento
Brasil Livre), que até ontem pedia a renúncia do presidente Michel Temer (PMDB), desistiu de pedir
a saída do presidente do cargo. Mudança ocorre após divulgação do conteúdo dos
áudios feitos por Joesley Batista,
dono da JBS S.A., que gravou uma conversa com Temer na qual
ele teria dado o aval para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Temer nega ter
consentido com essa situação.
Ontem à noite, o MBL publicou um post em página oficial do Facebook protestando contra a
corrupção. ''Queremos que todos os políticos corruptos sejam punidos. Não
importa o partido. Não estamos a serviço de um projeto de poder, estamos a
serviço do futuro do país''. A frase era acompanhada de uma montagem com imagens
de Lula, Dilma, Temer e Aécio.
Já nesta sexta-feira, entretanto, o movimento definiu como
sensacionalista a matéria que revelou a gravação do empresário da JBS. ''Ainda
há de se investigar mais a fundo algumas partes, mas não era tudo que foi
alardeado. O Brasil perdeu muito com essa brincadeira – menos Joesley, que saiu
lucrando''.
O Vem Pra Rua
adiou a manifestação prevista para o próximo domingo, dia 21. Segundo o
coordenador do movimento, Rogério
Chequer, o mote 'prendam todos os corruptos' continua. ''Conversamos com a polícia ontem e eles disseram que não poderiam
oferecer o mesmo nível de segurança que tivemos em outros atos por conta da Virada Cultural''.
Em comunicado, o movimento reafirmou que a decisão não
significa um recuo e que ainda não houve definição de nova data para o ato. ''[Temer] tem que renunciar e o Aécio tem que ser totalmente investigado pelo o
que ele fez. A justiça tem que acelerar todos esses casos, de Lula, Dilma,
Temer e Aécio. São todas pessoas que estão no comando do país e têm que ser
investigadas e punidas'', continuou Chequer.
A coordenadora do movimento Nas Ruas, Carla Zambelli,
publicou na noite da última quinta-feira um vídeo nas redes sociais em que diz
que é hora de ''assentar a poeira, colocar o pé no chão e ver o que está
acontecendo''. O movimento havia decidido esperar a liberação dos áudios para se
posicionar e não fez convocação para manifestações.
Carla ainda ressalta que os áudios não foram conclusivos para
fazer a ligação entre Temer e o deputado Rodrigo
Rocha Loures, que teria recebido dinheiro para o presidente.
Outro movimento, o Movimento
Liberal Acorda Brasil (MLAB), defendeu em sua página no Facebook uma ''faxina geral na
política''. Apesar de não convocar para atos, o MLAB comentou os áudios. ''Vai
ficar chato se continuarem a dizer que a gravação não é nada demais. É tão
difícil assim entender que ela é só um pequeno extrato de muito mais?''.