Eliana faz cerclagem uterina: entenda o que é o procedimento
Desde que anunciou que está grávida do segundo filho, Eliana
Michaelichen Bezerra, 43 anos, tem chamado cada vez mais a atenção dos fãs. Em maio, ela revelou que teve descolamento de placenta e, por causa das
complicações, foi orientada a fazer repouso absoluto.
No último domingo, 6, a artista apareceu no programa em que
apresenta no SBT, mas dessa vez sendo entrevistada por Chris Flores. No bate-papo, ela contou detalhes do seu caso e
mencionou que teve que fazer uma cerclagem uterina com 11 semanas de gestação.
Segundo a apresentadora, ela tomou dois tipos de anestesia –
a geral e a raqui – para realizar o procedimento que durou cerca de 4 horas.
Ela ainda afirmou que foi submetida a uma moderna cirurgia robótica.
Mas o que é cerclagem
uterina?
O termo usado por Eliana gerou dúvidas, já que nem sempre as
pessoas sabem que essa operação previne partos prematuros. ''Geralmente quem
precisa fazer o procedimento são mulheres que têm uma condição chamada
insuficiência istmo cervical (identificada no ultrassom transvaginal e exame de
toque), que é quando o colo do útero é mais curto do que o habitual e vai
afinando com uma facilidade maior, podendo chegar a não aguentar o peso da
criança'', explica o ginecologista Rodrigo
da Rosa Filho, membro da Sociedade
de Ginecologia e Obstetrícia do
Estado de São Paulo (SOGE-SP) e sócio fundador da clínica de reprodução humana Mater Prime, de São Paulo.
Na técnica realizada dentro do centro cirúrgico, normalmente
é feita a anestesia raquidiana – responsável pela perda de sensibilidade na parte
inferior do corpo. ''A recuperação tende a ser rápida, mas até o final da
gestação é indicado que a mãe faça repouso absoluto porque, embora tenha
efetuado o procedimento, existe o risco de o útero abrir. Então ela não deve
permanecer deitada e não ficar tanto tempo em pé'', orienta o médico.
Para a questão ficar mais clara, basta imaginar uma bexiga:
quando começamos a enchê-la com ar, o bico vai ficando cada vez mais fino. Só
que, às vezes, esse bico pode ser menor do que o usual e a chance do balão estourar
é maior – exatamente o que acontece com quem tem a insuficiência istmo
cervical. No caso, podemos comparar aquele nó que é dado para fechar a bexiga
com os pontos que as mulheres recebem ao fazer a cerclagem uterina.
Quando ela deve ser
feita?
A apresentadora disse que passou pelo procedimento
com 11 semanas de gestação, mas Rodrigo comenta que normalmente ele é feito
entre a 13ª a 16ª semana – quando o risco de acontecer um aborto espontâneo
diminui.
Como é realizada a
cirurgia?
Ela é feita via vaginal – o médico introduz um espéculo e
opera o colo do útero. No caso da Eliana, a operação foi mais tecnológica: o
especialista conduziu o procedimento com o auxílio de robôs. ''Nessa circunstância,
o acesso é feito com três furos no abdome, onde os aparelhos são colocados. Mas
vale lembrar que esse tipo de cirurgia é extremamente avançada e ainda não está
disponível para a maioria da população brasileira'', adverte o ginecologista da
clínica Mater Prime.
Existem riscos?
As grávidas ficam apreensivas quando são orientadas a fazer
qualquer tipo de cirurgia, mas geralmente essa traz mais benefícios do que
danos. ''Tem chance de romper a bolsa, mas ela é baixa. Por isso mesmo a
operação deve ser feita o quanto antes. É importante conversar com o médico
para que ele avalie a situação da paciente'', reforça o especialista da SOGE-SP.