Ministério da Saúde não recomenda polvos de crochê para bebês
Navegando pela internet, você já deve ter se deparado com
bebês prematuros com polvos de crochê feitos por voluntários. Essa ideia surgiu
na Dinamarca, em 2013, no Projeto Octo,
mas começou a ser difundida no Brasil somente no início de 2017. O acessório
ficou conhecido por deixar os pequenos que nasceram antes do tempo mais
tranquilos, pois os tentáculos reproduziriam o cordão umbilical e o ambiente
seguro do útero da mãe.

Mas apesar dos benefícios divulgados pela mídia e até mesmo
por hospitais que aderiram à técnica, o Ministério
da Saúde se pronunciou contrário ao assunto. Em uma nota de esclarecimento
publicada na última terça-feira, 25, a instituição afirmou que não recomenda o
uso dos polvos com fins terapêuticos e que eles trouxeram novamente o debate
sobre brinquedos em incubadoras, que obviamente trazem benefícios, mas precisam
passar por um rígido controle hospitalar para evitar infecções.
''Foi divulgado pela mídia, que o contato do recém-nascido
com tentáculos do polvo simularia o contato do bebê com o cordão umbilical
intraútero. Contudo, as evidências mostram que o cordão umbilical, a placenta e
as paredes uterinas oferecem outros estímulos e sensações (cheiro, sons,
texturas, umidade e o pulsar). Além disso, o recém-nascido, ‘senhor de seu
corpo e suas sensações’, sabe que o ambiente se modificou. O ritmo do corpo
materno já foi perdido (Montagner, 2006), podendo ser parcialmente recuperado
já que se oferece de outra forma, através da posição canguru'', informa a nota
divulgada pela Coordenação do
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas do MS, em resposta aos
questionamentos da Coordenação Geral de
Saúde da Criança e Aleitamento Materno.
A pasta ressaltou que o contato pele a pele entre mãe e bebê
deve ser a alternativa utilizada, pois reforça o vínculo entre eles e garante
um bom desenvolvimento para os prematuros. Segundo a nota, ''O Método Canguru,
instituído no Brasil desde o ano de 2000, reúne diretrizes de cuidado e atenção
a recém-nascidos internados em unidades neonatais utilizando os melhores
conhecimentos científicos acerca de suas especialidades físicas e biológicas e
das necessidades de cuidado singular envolvendo os pais e famílias''.