STF decide que goleiro Bruno deve voltar para a prisão
Depois de ser liberado da prisão preventiva em fevereiro deste ano e de ser, logo em seguida, contratado
por um time do interior de Minas Gerais, o Boa
Clube, o goleiro Bruno Fernandes das
Dores de Souza vai estar novamente atrás das grades.

Acusado de matar e de ocultar o corpo de sua ex-namorada, Eliza Silva Samúdio, em 2010, o jogador
foi condenado a 22 anos e três meses de prisão em 2013, mas entrou com recurso
que até agora não foi julgado. A situação acabou virando, inclusive, a deixa
necessária para sua soltura, no começo do ano.
Uma decisão tomada pela Primeira Turma do Superior Tribunal Federal (STF) nesta
terça-feira (25), porém, exige que Bruno retorne à prisão em regime fechado.
Segundo o que foi definido hoje, por ter sido condenado por júri popular em
2013, ele não poderia sequer ter recorrido.
''A decisão soberana do tribunal popular deve ser respeitada
no presente habeas corpus, em que não há nenhuma alegação de nulidade ou de
manifestação contrária à prova dos autos'', disse o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso,
ao votar pelo não reconhecimento do recurso de Bruno. Ele menciona ainda o fato
do próprio réu ter, em plenário, confessado seu crime.
De acordo com o ministro Luiz Fux, que também votou contra o recurso do réu, o caráter
hediondo do crime cometido por Bruno também serve de justificativa para sua
volta imediata à prisão.
A decisão foi tomada por três votos a um: além de Alexandre
e Luiz, também a ministra Rosa Maria
Weber Candiota da Rosa votou contra o recurso.
Condenação
Em 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e 3
meses pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza e também pelo sequestro
e cárcere privado do filho.
Bruno foi condenado a 17 anos e 6 meses em regime fechado
por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, asfixia e uso de
recurso que dificultou a defesa da vítima), a outros 3 anos e 3 meses em regime
aberto por sequestro e cárcere privado e ainda a mais 1 ano e 6 meses por
ocultação de cadáver.
Samúdio desapareceu em 2010 e seu corpo nunca
foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro
Bruno, de quem foi namorada. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não
reconhecia a paternidade.