Papa Francisco pede que mundo 'detenha os senhores da guerra'

O Papa Francisco
voltou a pedir nesta quinta-feira 13, ao mundo que "detenha os senhores da
guerra", os únicos "que lucram com a violência e a guerra".
Em uma entrevista ao jornal italiano La Republica, o pontífice argentino reiterou em plena Semana Santa
o seu apelo para a paz em um mundo marcado por conflitos e guerras.
"Acredito que o pecado hoje em dia manifesta-se com
toda a sua força de destruição nas guerras, nas várias formas de violência e
abusos, no abandono dos mais frágeis", disse ele.
"E aqueles que pagam são sempre esses últimos, os
desarmados", afirmou Francisco.
O pontífice reconheceu que vive esta Semana Santa com um
particular sentimento de dor, especialmente após os atentados no Domingo de
Ramos no Egito contra duas igrejas coptas cristãs, que mataram 45 pessoas.
"Sinto que devo pedir com mais força pela paz neste
mundo submetido aos desmandos dos traficantes de armas que se beneficiam com o
sangue de homens e mulheres", confessou.
Durante a entrevista, o papa afirmou que questiona
continuamente o propósito destas guerras e se a violência desencadeada não
acaba por beneficiar apenas "alguns senhores da guerra".
"Digo e repito mais uma vez: a violência não é a cura
para um mundo destroçado", ressaltou.
"Responder à violência com violência leva, na melhor
das hipóteses, às migrações forçadas e ao sofrimento", recordou o
pontífice argentino.
"Grandes quantidades de recursos são destinados para
fins militares e são subtraídos dos (fundos) para as necessidades dos jovens,
famílias em dificuldades, idosos e doentes, para a grande maioria das pessoas
no mundo", disse ele.
O papa teme que muitas das atuais guerras terminem por
"levar à morte, física e espiritual, de muitos, se não todos".
A guerra é um grande negócio, especialmente para a indústria
de armas, de acordo com o Instituto SIPRI
de Estocolmo, que publicou há dois anos um relatório sobre as vendas das
cem maiores fabricantes de armas no mundo.
Os Estados Unidos sediam 38 dos 100 maiores
fabricantes de armas. Suas vendas representam mais de metade do comércio
mundial.