Remédio antiaids será oferecido para grupos de risco
O Ministério da Saúde
anunciou nesta quarta-feira (24) que o medicamento antiaids Truvada
(combinação dos antirretrovirais tenofovir e emtricitabitina) será
oferecido aos grupos de risco como forma de prevenção ao HIV. A estratégia, chamada de profilaxia
pré-exposição (PrEP), é realizada com o uso diário do remédio por pessoas que
não têm o vírus, mas que têm maior probabilidade de serem infectadas, como
profissionais do sexo, casais sorodiscordantes (quando um tem o vírus e o outro
não), pessoas trans e homens homossexuais.
O governo estima que a estratégia beneficiará 7.000 pessoas
que fazem parte das populações-chave. Para receber o medicamento, o paciente
deverá ser submetido a uma avaliação para verificar o quão exposto está ao
vírus HIV. No entanto, isso não isenta a pessoa de outras medidas preventivas
como o uso de preservativo, a realização periódica de testes de HIV e o tratar
outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
A previsão é que o remédio esteja disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) 180 dias
após a publicação do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas,
que está previsto para a próxima segunda-feira (29), segundo o ministério.
Estratégia eficaz
A eficácia e segurança da PrEP foi comprovada por diversos
estudos científicos e pode reduzir a infecção pelo HIV em mais de 90%. Desde
2014, a estratégia é recomendada pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) para pessoas em risco considerável de se infectarem
com o vírus.
Investimento
Segundo o ministro Ricardo
Barros, foram investidos 1,9 milhão de dólares na compra de 2,5 milhões de
comprimidos de Truvada, o que deve ser suficiente para atender à demanda
durante um ano. Barros destacou que o Brasil será um dos primeiros países no
mundo, e o primeiro na América Latina, a adotar essa estratégia preventiva como
política pública.