''Eu sou a pedra no sapato do Bruno'', diz mãe de Eliza Samúdio
A mãe de Eliza Silva
Samúdio, Sônia Fátima Moura, diz
que ficou aliviada com a decisão do Supremo
Tribunal Federal (STF) de mandar o goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza de volta à prisão na terça-feira
(25). Mas nem por isso se sente tranquila. ''Meu medo ainda existe. Querendo ou
não, eu sou a pedra no sapato dele. Antes era a Eliza, agora sou eu que
incomodo. Quem me garante que não virá alguém atrás de mim?'', disse.

Bruno foi condenado em 2013 a 22 anos e três meses de prisão pela morte e
ocultação do cadáver de Eliza. Depois de cumprir pena preventiva de seis anos, foi solto em fevereiro, com base em liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio Mello, do STF. Sônia entrou com recurso, mas ele
foi negado. O caso sofreu uma reviravolta na terça-feira, quando a mesma corte
derrubou a liminar por três votos a um.
Para Sônia, foram dois meses difíceis. Ela tem a guarda do
filho de Eliza e Bruno, Bruninho, de 7 anos, que não conhece os detalhes da
tragédia familiar. ''Ele sabe que o pai matou uma pessoa, mas não sabe quem'',
diz a avó. Segundo ela, o menino tomou conhecimento da liberação do goleiro,
mas não demonstrou interesse em conhecê-lo. ''O Bruninho diz que o pai dele é o
avô, meu marido. Chama o Bruno de pai de sangue''.
Ainda segundo a mãe de Eliza, Bruno também não procurou o
filho. ''Ele foi à imprensa dizer que iria acertar pensão e lutar pela guarda,
mas não fez nada. Se fizer, teremos uma grande briga na Justiça'', afirma.